domingo, 3 de julho de 2011

Salvador é uma aula de história

Eu não nasci na Bahia, infelizmente. Entretanto, por gostar de história, arquitetura, fotografia e, principalmente, de conversar, acredito que o destino me trouxe para o lugar certo.

Não consigo entender a falta de curiosidade do povo em relação a nossa cidade.

Já a adotei como minha, afinal vivi aqui quase toda minha vida. Me deleito quando saio para passear, amo de paixão o Pelourinho, Solar do Unhão, sempre procuro pelas histórias de cada lugar, e aqui são poucas as pessoas, ou órgãos do governo, que apóiem isso.

Tenho falado com amigos sobre isso, em Curitiba, por exemplo, lembro que no centro existe uma fonte e que se contam histórias sobre os tropeiros que ali paravam para descansar e pegar água. Salvador é uma cidade em que cada rua tem uma história, ou até duas.

Hoje lendo o jornal na coluna de Veríssimo ele abre comentando: em Verona existe um balcão que é identificado como o quarto de Julieta (e ela é personagem de ficção), que na Espanha existe um tumulo de um poeta alemão (creio eu), que se suicidou para não ser expatriado para Alemanha nazista; detalhe o corpo não está na sepultura pois nunca foi achado. Isso só fez com que minha idéia se comprove.

Por exemplo, Joana Angélica morreu em Salvador, numa das portas do Convento da Lapa; você sabe qual?

Deveria ser obrigatório nas escolas públicas e particulares visitar todos os pontos históricos da cidade, os pontos que eram portões da cidade, uma visita ao Dique do Tororó explicando por que ele foi construído. Eu duvido que com essas aulas nossos futuros cidadãos não venham a dar valor a nossa história.

Neste 2 de julho tive a oportunidade de ver o professor Ubiratan Castro falando sobre as histórias da Independência do Brasil (2 de julho Independência do Brasil sim, pois como seria se os Portugueses continuassem aqui?!), entre outras coisas ele interpretou o hino ao 2 de julho, simplesmente fantástico. Falou de fatos como a história do corneteiro Luis Lopes, que tocou “cavalaria, avançar e degolar!”. Segundo o professor as tropas tinham sim, cavalaria.

Essas e outras histórias deveriam ser contatas lá, onde elas aconteceram. Tenho certeza que o resultado seria bem melhor do que ler as páginas resumidas dos livros escolares ou as desinformações dos módulos das escolas particulares.

O povo que não dá valor a seu passado, não pode construir seu futuro.

by MLMT

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