Viver é massa, mas em certas situações dá um pavor absurdo!
Ontem, quando fui almoçar, estacionei a moto (Lucrécia ainda) na vaga de Lila no prédio onde moramos, ao lado Eliseu, um dos rapazes que trabalha lá, estava lavando o carro de um vizinho.
Ele me perguntou se tinha desistido de vender a moto, e se ela estava funcionando bem. Conversamos amenidades, a situação do Bahia no campeonato, se o Brasil ganharia a copa; ficamos uns dez minutos batendo papo.
Me despedi para ir almoçar; o relógio não para.
O de Eliseu parou. Poucas horas depois de termos conversado ele se sentiu mal.
Parece que um problema de pressão, não sei ao certo.
Uma vizinha enfermeira mediu a pressão dele e acionou a SAMU, que chegou rápido, mas para Eliseu foi tarde.
Lembro de outras conversas com ele, e de alguns planos que havia me confidenciado como o de comprar um GOL (daqueles quadrados, antigo) de um senhor aposentado que também mora lá, e que só é usado no fim do mês para fazer compras. Deixou um filho pequeno, para o qual com certeza tinha sonhos e desejos de ver crescer.
Eliseu morreu com 41 anos, que é a minha idade hoje.
Lembrando dos planos dele, penso nos meus.
Quantos planos faremos que não colocaremos em prática?
Lembrei de uma cena que vi num filme, onde Caronte leva a barca do inferno navegando entre os desejos não realizados das pessoas.
Tenho muitos desejos a realizar e muitos planos que ainda demandam de tempo para serem executados, mas confesso que já estou antecipando alguns deles, confesso também que vou pedir aos amigos e parentes que ficarem quando eu for, que deixem o óbolo para que eu possa atravessar o rio.
byMLMT
2 comentários:
Lindo post marido, emocionante e de chacoalhar!
Essas situações fazem com que a gente preste atenção no que realmente vale a pena na vida!
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